No dia 29 de setembro, como saída de campo, fomos à periferia de Pelotas, na área do Porto, próximo à faculdade. Um dos fatos que chamaram a atenção foram as precárias condições em que os moradores daquele local se encontram. A baixa renda da população, a desorganização do espaço, a falta de higiene são fatos constantes no local. Casas com estrutura precária, em sua grande maioria feita de madeira, com grandes vãos por onde entram o vento e a chuva; casas pequenas e, em grande parte, com várias crianças convivendo com animais parecem buscar solução para amenizar a sensação da temperatura ainda baixa. Cachorros e porcos convivendo com as pessoas, talvez, com igual condição de higiene. Banhados nos fundos das casas são também responsáveis pela morte de algumas crianças que aprendem a se locomover sozinhas. Tudo isso me fez repensar o papel do Arquiteto e Urbanista e mais do que isso, me fez repensar o meu papel como cidadã e futura arquiteta. Se os profissionais se importassem mais com aquelas áreas, tão próximas do centro, onde a grande maioria prefere trabalhar, tudo poderia ser diferente. Se os políticos, que aquelas pessoas faziam propagandas com tanto fervor, colocando adesivos e bandeirinhas à frente de sua moradia, voltassem seu olhar à periferia, essa realidade também poderia mudar. Resta-nos, divulgar essa idéia, assumindo a responsabilidade de urbanistas, planejando nossas cidades visando mais do que estética: funcionalidade. As oportunidades nos serão dadas e as ferramentas também. Não devemos nos fixar às ambições pessoais, devemos projetar para que a cidade se desenvolva de forma ordenada e que todos seus habitantes tenham, pelo menos, condições de viver com dignidade.
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