(por Ivy Voloski e Larissa Mörschbächer)
Pelotas é uma cidade que possui antecedentes e formação urbana influenciados, principalmente, pela cultura portuguesa. Questões administrativas, de influências personalistas e mesmo de jogos de poder foram centrais na estruturação do que hoje é o Município de Pelotas.
O crescimento da cidade de Pelotas no período de 1860 a 1890 demonstrou-se pioneiro em diversos aspectos, devendo-se destacar a expansão da cidade, o aumento da população, o grande número de charqueadas que funcionavam simultaneamente e a participação de personalidades pelotenses em decisões no plano político estadual e nacional.
“Na história urbana do Brasil, a fundação de uma freguesia pressupunha a existência de um aglomerado populacional suficientemente desenvolvido. Mas não significa o surgimento de uma unidade administrativa que só era anunciada pela elevação em vila. Freguesia era um título de autonomia religiosa, pelo qual o povoado passava a dispor de uma igreja paroquial própria, quando atinge essa condição, em 1812, Pelotas desliga-se da freguesia e matriz de São Pedro, no Rio Grande, mas continua dependente, como povoado, de sua vila e câmara” (MAGALHÃES, p. 24, 1993). O autor Mario Osório Magalhães afirma no trecho acima, retirado de seu livro “Opulência e Cultura na Província de São Pedro do Sul: um estudo sobre a história de Pelotas (1860-1890)”, que esse é o primeiro fator fundamental da ocupação urbana de Pelotas. A partir desse momento inicia-se um debate sobre qual seria a melhor localização para a igreja, onde a partir de qual o restante da cidade iria organizando-se – centro, praça, melhores casas, administração.
A partir disso iniciam-se uma série de entraves políticos a respeito da constituição da cidade de Pelotas, definidos, muitas vezes, em termos econômicos.
É importante destacar que analisar a história é fundamental para que se tenha uma percepção mais clara da organização do espaço urbano. Dessa forma, não percebe-se o meio físico meramente como uma página em branco onde o arquiteto dispõe livremente e idealmente as construções civis necessárias, mas sim como um espaço já marcado e delineado por relações entre as pessoas – estruturas sociais existentes.
Referência:
MAGALHÃES, Mário Osorio. Opulência e Cultura na Província de São Pedro do Sul: um estudo sobre a história de Pelotas (1860-1890). Pelotas: Editora da UFPEL, 1993.
Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pelotas, acessado em 26 de setembro de 2011.
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