domingo, 3 de julho de 2011

Você tem fome de que?


FOME Falta, penúria, míngua, miséria, desejo ardente.  Nem sempre a fome está relacionada a comida, alimentos. Como exposto, a palavra fome tem outras denotações que se encaixam em diversas situações. E sabendo que culturalmente a fome é uma palavra forte, pesada, comovente, muitos autores a utilizam para dar maior enfoque ao tema, com o propósito de despertar no leitor um caráter crítico de outros problemas.
Você tem fome de que?  Muitas seriam as respostas, coerentes ou não é a opinião de cada pessoa, depende do dia, do momento, da situação (...). Ao pensar no coletivo, são muitos os quesitos semelhantes, como por exemplo, aparatos, serviços públicos, que devem servir a todos, mas nem sempre são eficazes e por isso o número de “famintos” a espera de um atendimento médico, ou aqueles indignados com a depredação dos ônibus, telefones públicos, praças, parques (etc) continua a crescer. Logo, o espaço urbano é o local público (ruas, praças, parques, serviços públicos...) e ao mesmo tempo privado (imóveis, lojas, escritórios, comércio...) em que a população deve entrar em um consenso para melhor aproveitamento do espaço, no qual cada pessoa tem o direito a todos os benefícios físicos e naturais, o direito a moradia, direito ao sol, direito a comida, direito a assistência médica, direito de viver.
A organização desse espaço deve ser estudada por profissionais que pensem em todas as classes sociais, culturais, econômicas no qual o conjunto possa ser igualitário e coerente. Esse profissional, na maioria das vezes um arquiteto urbanista, possui uma grande responsabilidade, pois na maior parte dos casos a vila ou a cidade ou a metrópole já estão constituídas e precisam de reparos, assim não é tão simples de se “consertar” se comparado a planejar uma cidade do zero. Assim, cabe a criatividade, inteligência do profissional para melhor arranjo, e já sabendo que é um projeto temporário, uma vez que com o tempo a forma é desajustada com a mudança das pessoas, ambientes, costumes, cultura...
Então, indiretamente todos que usufruem do espaço urbano têm fome de PLANEJAMENTO URBANO.
O planejamento urbano é o processo de idealização, criação e desenvolvimento de soluções  que visam melhorar ou revitalizar certos aspectos dentro de uma determinada área urbana ou do planejamento de uma nova área urbana em uma determinada região, tendo como objetivo principal proporcionar aos habitantes uma melhoria na qualidade de vida”¹.
Atualmente temos fome de planejamento, a população acelera e a cidade não acompanha esse crescimento e quando tenta acompanhar o faz indevidamente, causando uma série de transtornos. Congestionamentos quilométricos, morros sendo habitados provocando um caos ambiental, muito concreto e pouco verde, além de precárias condições de saneamento básico, moradia, serviços mínimos para sobrevivência.
E essa fome acarreta outras como: fome de conhecimento, fome de justiça, fome de atitude. E para saciá-las é necessário que o Arquiteto Urbanista assuma sua função e que a população se permita a criar soluções plausíveis. Até que todos tomem consciência da miséria urbana, continuaremos com fome.

¹ artigo está licenciado sob a GNU Free Documentation License. 
Usa material do artigo da Wikipédia "Planejamento Urbano".

Por Lorena Maia Resende

Um comentário:

  1. A fotografia é de minha autoria e não foi cedido permissão para uso de imagem. Usar imagem sem ao menos colocar os creditos do fotógrafo não é legal!

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