segunda-feira, 4 de julho de 2011

ILHA DAS FLORES




Humano 1. Do homem ou a ele relativo.2. Bondoso, benfazejo, compassivo.

Pobreza 1. Estado ou qualidade de pobre. 2. Falta do necessário à vida; escassez, indigência, penúria.

Desigualdade 1 Condição, estado, qualidade daquele ou daquilo que é desigual; diferença, diversidade. 2 Inconstância, variação, volubilidade. 3 Distinção. 4 Injustiça, parcialidade. 5 Aspereza, escabrosidade.
           Produzido em 1989, com direção de Jorge Furtado, Ilha das Flores é um dos curtas-metragens mais importantes da categoria nas últimas décadas devido a sua simples e objetiva didática de ideias. A utilização de um título que se contradiz a realidade exposta no documentário se faz presente como ferramenta de sensibilização do expectador, não só pela referência ao ambiente de extrema pobreza e desigualdade social, como também pela contextualização da situação a qual se refere. 
Ao longo do texto narrado, o autor nos remete a uma reflexão ao apresentar informações com a intenção de igualar os seres humanos a partir do momento em que se faz uma ligação entre palavras que denotam a raça humana. No entanto, no decorrer do vídeo o que se faz presente é o desigual tratamento entre os iguais no momento em que se classificam os próprios seres humanos como seres inferiores a porcos.
Por mais que este documentário tenha sido produzido no final da década de 80, não é difícil perceber que a seleta classificação dos seres humanos pela sua situação social perante a sociedade continua como se o tempo não tivesse passado. Por mais que a sociedade já esteja “acostumada” a ver esse tipo de tratamento entre os “iguais”, a ausência de soluções concretas contribui para a não resolução do quadro. É entendível o por quê da citação “Deus não existe” no inicio do curta.  Ora, se somos todos iguais em imagem e semelhança, em essência e forma, em cor e linguagem, o que faz com que restos de alimentos de porcos sejam o alimento de seres humanos? O comodismo e a falta de iniciativa de uma população inteira nos leva a crer que mesmo que o tempo passe e mesmo que tecnologias sejam criadas, incentivos educacionais sejam passados de pai para filho, as imagens exibidas no documentário serão compatíveis às disparidades da realidade atual.
Enquanto o mundo não olhar para si mesmo e para o próximo com racionalidade e compaixão, será essa imagem de seres humanos vivendo a mínguas que será vista, discutida, refletida e IGUAL como sempre foi.




 Bruna Rabaiolli

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