terça-feira, 6 de julho de 2010

Jaguarão por, Ana Paula Marques



O Rio Grande do Sul e o Uruguai fizeram parte de um campo de batalha pela disputa de terras entre Portugal e Espanha. Foi nesse período que ocorreu a definição das fronteiras. É nesse momento que surge Jaguarão, cidade de fronteira entre Brasil e Uruguai. A cidade possui como resultado dessas questões um traçado urbano espanhol, composto de vias ortogonais, formando um quadriculado. Tendo ocupado pouco tempo no período colonial, é numa época eclética que se forma o caráter da cidade e se estabelecem as bases do seu desenvolvimento e da região sulina: a questão militar, a criação de gado e o comércio.

O ecletismo em Jaguarão teve suas características próprias, ou seja, além do estilo foram adaptados a ele o clima da região, materiais encontrados na área e os costumes. A cidade também teve sua época de grande poder aquisitivo. Os filhos de famílias ricas iam para Europa estudar, e de lá traziam os costumes e requintes. Foi nessa época que o traçado urbano se expandiu, os casarões passaram a ser ricamente ornamentados. A arquitetura que se construiu na cidade durante o século XIX, foi uma cópia do que se fazia no continente europeu e em regiões mais desenvolvidas do Brasil. As influências foram tão diversas, que gerou um ecletismo adaptado as condições locais.A cidade apresenta traços arquitetônicos que demonstram sua antiga prosperidade comercial, sustentada numa economia de fronteira.

Na praça da Matriz, estão as principais edificações da cidade, cujos donos eram grandes proprietários de terras e que tinham como objetivo demonstrar, com isso, seu prestigio econômico-social. Alguns ricos proprietários empolgados com a causa republicana, procuraram transferir esse otimismo às suas construções, encomendando obras portentosas e ricamente ornamentadas. Outros professavam a ideologia positivista e preferiram suas moradias com um caráter mais sóbrio. Pode-se afirmar que a cidade de Jaguarão é um dos poucos acervos que nos restam do período eclético. Além disso, assim como o centro histórico, uma boa parte das edificações da cidade não perderam o estilo antigo e continuam tendo uso residencial.

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