O centro por, Lucas Bittencourt

"Ora Princesa, onde está sua realeza. Será que está nas calçadas de ladrilhos que beiram os adornos do teu passado glorioso, ou será que está, refletido naquelas em que o odor pútrido adorna teus súditos esquecidos.Súditos estes que clamam a Majestade, a qual paira soberana sobre os cocos desavisados, que insiste em ir em frente, e afinal continua, enchendo de orgulho a memória do pai.Abra os olhos princesinha, não tente esconder sob os bordados da tua barra as mazelas do teu reino, sendo que na austeridade remendada com finos traços e tão gentis-homens, há quem fira os dedos com as agulhas, e leve consigo as feridas, esquecidas, sob os bordados da barra.Não desanime princesinha, não és o primeiro, nem talvez, ainda que por enquanto, sejas o último reino de mazelas. Não, não desanime, tão formosa princesa, pois junto daquele que, caudaloso, ajudou a banhar-te em riquezas, há de nascer a luz que banhará os contornos ainda suavez da tua bastilha." (Lucas Bittencourt)